
Não, este Tottenham ainda não ganhou nada. Mas as comparações com o passado jogam diretamente a seu favor. Há largos anos que a equipe não apresentava um plantel tão bem estruturado e um futebol tão atrativo. Uma equipa onde a garra e raça convivem com o talento e a velocidade, armas nucleares na estrutura tática de uma equipe que rompeu com o monopólio dos "gigantes". Desde o Blackburn da década de 90* e o Leeds United de 2002 que não havia um clube inglês capaz de desafiar o poderio dos quatro grandes, como se estabeleceram ao longo da década. Manchester United, Arsenal, Chelsea e Liverpool pareciam imbatíveis, mesmo para os determinados homens do Aston Villa ou os milhões árabes gastos pelo Manchester City.

Na Champions League, o time sofreu na fase pré-eliminatória com o Yong Boys, mas desde que entrou na fase de grupos, vem jogando brilhantemente. Mesmo quando perdia por 4 x 0 da Inter de Milão, os Lilywhites conseguiram um reação sensacional marcando 3 gols em 20 minutos. Quinze dias depois, deram uma aula de futebol nos italianos e assumiu a liderança do grupo. Por detrás deste sucesso, que começou há dois anos com a chegada do então técnico do Portsmouth, Harry Redknapp, está a tranquilidade. Vários projetos falharam por não ter sequer direito a uma segunda oportunidade. Com Redknapp isso mudou.

Se Newcastle e Leeds viram os seus projetos naufragarem com o sucesso repentino, agora o Tottenham Hotspurs benificia de uma quebra anímica do líder Chelsea, da eterna indefinição do City, da má gestão do Liverpool, da falta de experiência do Arsenal e até da lenta renovação do histórico Manchester United. Fatores que, correlacionados, podem abrir as portas a Redknapp e aos seus pares para sonhos mais altos. Mais do que o sucesso, os Spurs redescobriram o prazer do futebol. O que já não é pouco.
Bom, pessoal, é isso. Espero que tenham gostado. E visitem o Blog do nosso parceiro Gilmar Siqueira, sobre Futebol Português. Deixem seus comentários!
Trechos do Blog do Miguel Lourenço Pereira
*Atualizado às 21:04