Futebol do leste europeu vira "caminho sem volta" para brasileiros

segunda-feira, 7 de março de 2011

Há algumas semanas, é bem provável que pouca gente no Brasil tivesse ouvido falar do Anzhi Makhachkala. Com uma pronúncia complicada devido à quantidade exagerada de consoantes, a solução mais fácil encontrada foi chamar a equipe russa de “aquele time que contratou o Roberto Carlos e o Jucilei". É, os dois ex-corinthianos seguiram o caminho da Rússia. O primeiro, já está com a vida ganha e não precisava ficar no Brasil para ser ameaçado por vândalos. O segundo, para mim não fez certo.


E é exatamente sobre este assunto que vou abordar no post de hoje.


Muitos (jovens) jogadores brasileiros, tem saído rápido de seus clubes rumo à Europa. É, mas não para clubes como Manchester, Barcelona, Milan, Real Madrid...não. Nossos jovens talentos estão seguindo para outro lado da Europa. Quase sempre para países como Ucrânia, Rússia e Turquia.




Tudo começou com a ida de Willian (ex-Corinthians), Jádson (ex-Atlético/PR) e Fernandinho (ex-Atlético/PR) para o Shakhtar Donetsk, em 2005. Até então o único brasileiro era Brandão. Seguiram o mesmo caminho: Luiz Adriano e Marcelo Moreno (2007) e mais tarde Douglas Costa, Alex Teixeira e Bruno Renan (2010).


Do outro lado da Ucrânia, está localizado o principal rival do Shakhtar, o Dínamo de Kiev. A equipe também conta com brasileiros, o primeiro a se aventurar foi Betão, em 2008, logo após Leandro Almeida (2009), e ano passado Danilo Silva, Guilherme e André (emprestado ao Bordeaux).


Não podemos esquecer do Metalist. O clube conta com 4 brasileiros, Edmar (desde 2008), Cleiton Xavier, vendido pelo Palmeiras ano passado, Fininho e Taison (ex-Inter).


Muitos brasileiros escolhem esse caminho não só pelo dinheiro, mas vão iludidos de que o leste europeu é uma vitrine para os grandes centros da Europa, (Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha) mas nem sempre (quase nunca) é assim.


Para mim, se o jogador escolhesse Portugal ou França, seria bem mais fácil para ele se adaptar melhor e logo ir para um grande centro. Bons exemplos são os de David Luiz e Ramires, que saíram jovens do Brasil (o primeiro sem destaque algum), evoluíram e agora estão no Chelsea, fazendo sucesso.


São raros os casos em que brasileiros se adaptam bem ao idioma, ao clima, e ao futebol do Leste. Vou até aproveitar um comentário do Leonardo Bertozzi, hoje: "[...] não se dá bem na Rússia quem já vai pensando em voltar. Quem vai pensando em jogar, como Alex, vai bem."


Em janeiro desse ano, outra jovem promessa foi vendida, Guiliano (ex-Inter) embarcou para a Ucrânia, por € 10 milhões, mas não para os "poderosos" Shakhtar e Dínamo de Kiev, e sim para o modesto (mas cheio de dinheiro) Dnipro. Bom negócio para o Inter, mas péssimo para Giuliano. O mercado da Europa está frio, sem contratações extravagantes nos grandes centros. Na Inglaterra, ninguém tem gastado tanto em jogadores pouco conhecidos do público. Na Itália, idem. Na Espanha, só Real Madrid e Barcelona estão gastando dinheiro, mas também preferem grife. E o nome de Giuliano não tem a força internacional de Ganso e Neymar.


Passamos para a Rússia agora, outro destino de muitos brasileiros.


O Spartak Moscow é a equipe que conta com mais brasileiros, 5 no total. O jogador que atua a mais tempo no clube é Welliton, desde 2007. Alex (ex-Inter) e Ibson (ex-Flamengo) foram vendidos em 2009. Ari e Rafael Carioca, são os outros brasileiros do elenco.


O Lokomotiv Moscow tem os brasileiros, Guilherme (ex-Atlético/PR, desde 2007) e o jovem Maicon, destaque do Flu em 2009.


O CSKA de Moscow, é um dos times que mais tem investido em jogadores brasileiros. Já passaram por lá: Vágner Love (até hoje), Jô, Dudu Cearense, Daniel Carvalho, Ramón e Guilherme (que recentemente foi emprestado pelo Dínamo).


Não podemos deixar de falar do Anzhi Makhachkala, citado no inicio do post, que poderá contar com 3 brasileiros, se for confirmada a transferência de Diego Tardelli. Mesmo assim se não se confirmar, a equipe já está atrás de Diego Maurício, o Drogbinha, outro jovem que poderá sair do país.


Para finalizar deixo a seguinte pergunta: Para você vale a pena um jovem promissor brasileiro sair do país para se esconder na Ucrânia, ou outros lugares onde não terá visibilidade? Para mim não. E para você?


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